Maquiavel discutiu o tema da traição em sua obra “O Príncipe”, na qual aborda a conduta e as ações que um líder político deve adotar para manter o poder. Ele foi bastante franco sobre a traição, reconhecendo-a como uma ferramenta potencialmente necessária para a manutenção do poder.

Maquiavel argumenta que a traição pode ser justificada se for feita visando manter ou alcançar o poder, desde que seja feita de forma calculada e com um propósito claro. Ele enfatiza que um príncipe deve ser “astuto como uma raposa e feroz como um leão” para garantir a estabilidade de seu governo.

No entanto, Maquiavel não defende a traição indiscriminada e desenfreada. Ele aconselha que um governante deve ser cauteloso ao recorrer à traição, pois o uso excessivo dela pode levar à desconfiança e à instabilidade dentro de seu próprio círculo de poder.

Assim, Maquiavel reconhece a traição como uma parte da política e do jogo de poder, desde que seja usada com moderação e de maneira estratégica para garantir a estabilidade e a segurança do governante.

Além de “O Príncipe”, Maquiavel abordou a questão da traição em sua peça “A Mandrágora”, na qual discute o uso da traição como uma ferramenta política, sugerindo que, em certos contextos, a traição pode ser justificada para atingir objetivos políticos. Algumas de suas citações mais conhecidas abordando a questão da traição incluem:

“OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS”. – essa frase, muitas vezes atribuída a Maquiavel, enfatiza a crença de que, em certos casos, ações moralmente questionáveis, como a traição, podem ser justificadas se levarem a um resultado positivo para o governante ou líder político.

“É MAIS SEGURO SER TEMIDO DO QUE SER AMADO” – Maquiavel argumenta que, para manter o poder, um governante deve ser temido em vez de amado, sugerindo que a traição pode ser necessária para manter esse temor e, consequentemente, a estabilidade do governo.

“É MELHOR SER OUSADO DO QUE REPETIDO.” – essa frase ressalta a importância da ousadia e astúcia na política, implicando que a traição pode ser justificada se for realizada de maneira calculada e corajosa para alcançar os objetivos políticos desejados.

Estas citações refletem a visão de Maquiavel sobre a traição, destacando sua crença de que, em certos contextos políticos, a traição pode ser uma ferramenta necessária para a manutenção do poder e da estabilidade governamental.